quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CRONOLOGIA BÍBLICA


(Os artigos deste estudo são de autoria de José Fabbri. Estamos autorizados por escrito a publicar esse valoroso estudo bíblico. Ao término dos 150 capítulos, forneceremos maiores informações)


Introdução A meta desta Cronologia da Bíblia é chegar ao ano 1 de nossa era somando os eventos bíblicos desde a criação de Adão, no instante zero da existência do homem, até chegarmos aos dias de Jesus. A Bíblia pode ser quase toda datada baseando-se nos eventos nela registrados. Diz, por exemplo Gn 5:3 que Sete, o terceiro filho de Adão, nasceu quando este tinha 130 anos de idade. Seria portanto o Anno Mundi 130, ou seja, 130 anos transcorridos desde a criação do homem. Enos, filho de Sete, conforme Gn 5:6 nasceu quando seu pai tinha 105 anos de idade; Cainã, filho de Enos, tinha 90 anos quando este foi gerado, e assim, sucessivamente datamos os principais eventos bíblicos, chegando ao Anno Mundi 3896 quando encontramos o ano 1 de nossa era. Baseados neste algorítimo (3896), apresentamos neste trabalho duas datas para cada evento bíblico: o Anno Mundi – anos desde a criação do homem, e a consequente data gregoriana. Feita a conversão de Anno Mundi para o formato Gregoriano, derivam datas bastante “confortáveis”, e outras nem tanto, quando encaramos os padrões históricamente aceitos. Pelo algorítimo encontrado, a queda de Israel, por exemplo, foi encontrada na Bíblia em 722 AC, correspondente ao Anno Mundi 3174, compatibilizando perfeitamente a data bíblica com a data histórica aceita. O início do reinado de Davi no Anno Mundi 2885 converte-se pelo mesmo algorítimo em 1011 AC; o Êxodo de Israel ocorrido conforme a Bíblia no Anno Mundi 2448, situa-se em 1448 AC, datas bastante próximas às aceitas pelos padrões históricos. Datas deste tipo são as que chamamos “confortáveis”, ou seja, datas próximas ou idênticas às historicamente aceitas. As desconfortáveis, no entanto, são as que se referem aos primórdios da criação, pois, segundo a contagem bíblica, o homem vive sobre a terra a menos de quatro mil anos, ponto em que discordam os fundamentalistas bíblicos dos liberais, uma vez que a ciência define achados arqueológicos, por exemplo, em datas muito anteriores a isto. Entre os liberais, mesmo cristãos, os primeiros onze capítulos de Gênesis são classificados, por assim dizer, de “ficção científica”. Para estes, é como se o redator, Moisés, quisesse encurtar uma longa história em poucas páginas, onde ao invés de contar como foi a “evolução” da espécie humana, optasse por uma lenda onde conta a história de suas gerações ancestrais, culminando no ato criativo de uma figura mitológica conhecida como Adão. Este argumento acaba por rotular Gênesis como um livro semi-inspirado, ou semi-canônico, uma vez que não se aceita o que está ali escrito até o surgimento de Abraão, o patriarca da fé cristã, depois de quem tudo é aceito “quase que literalmente”. Num raciocínio radical, ao não aceitar integralmente Gênesis, por qual razão não se poria da mesma forma em dúvida o Livro de Efésios, se são ambos parte de uma mesma história? Não foram ambos inspirados pelo Espírito Santo? Teria porventura faltado argumentação a Deus para inspirar Moisés a contar a “verdadeira história da evolução humana” tendo-a substituído por uma que muitos reputam por ridícula? O criacionismo de Darwin e outros cuidou de ridicularizar a crença integral na criação do homem e fez surgir um sem número de teorias que a contestam. Desta forma, para justificar a existência do homem tal qual ele é hoje, a evolução necessita de milhões de anos, e desta forma, Gênesis é rotulado como folclore judaico. Veja a complicação em que se mete quem nega a literacidade de Gênesis: o Evangelho de Lucas, no seu capítulo três, por exemplo, retrocede a genealogia de Jesus até os dias de Adão, citando um a um os personagens descritos em Gênesis – um a um sem faltar qualquer que seja – estão todos ali perfeitamente datados. O que fazer então, classificar também Lucas como folclore bíblico? Gênesis é de fato o ponto de partida da história humana, e como veremos, seguindo seus padrões de datação, e prosseguindo pelos demais livros da Bíblia, somaremos estes quase quatro mil anos e chegaremos ao mesmo ano 1 que divide a história em antes e depois de Cristo. Seria coincidência? A Bíblia nos revela que estamos no mundo há menos de 6.000 anos e o fundamentalismo bíblico demanda que assim entandamos, sendo esta, portanto, não uma questão de opinião, nem de posição pessoal, mas sim de fé na Palavra Escrita de Deus. Anterior ao surgimento do homem, Gênesis faz um breve relato sobre a criação do universo sugerindo um acontecimento muito parecido com o que a cosmologia define como “Big Bang” ou grande explosão, à qual seguiria o aparecimento da luz. Contrapõe-se a esta, várias outras teorias, entre as quais, a aceitação literal dos seis dias de criação do universo. A tese do “Big Bang”, que por sinal não contraria em nada o Livro de Gênesis, nem por isto pode ser considerada melhor que a tese literal dos seis dias da criação, e por uma razão muito simples: o propósito da Bíblia é revelar Deus ao homem, e não falar sobre ciência, e desta forma, é puro desperdício o tempo que se gasta discutindo tais assuntos. Por acaso uma pessoa que tem dificuldade de aceitar o relato da criação aceita de bom grado o relato do dilúvio? acredita que Moisés de fato abriu o Mar Vermelho? acredita que o rei Josafá derrotou numa guerra milhares de moabitas e amonitas sem ter sequer que colocar um só homem no campo de batalha? aceita que Jesus curou os cegos e ressucitou os mortos ou ressucitou-se a si mesmo depois de passar tres dias dado como morto? Ora, a Bíblia é um livro que relata muitas coisas extraordinárias, muitos milagres, fatos incompreensíveis para as pessoas sem fé e conforme se lê em Hebreus 11:6 sem fé é impossível agradar a Deus. A verdade, amigos, é que há aqui uma tremenda inversão de valores: não é Deus quem tem que correr atrás do homem para que ele aceite as Escrituras, mas sim o homem é quem tem um tempo bastante limitado, a duração de sua vida, para se justificar perante o seu Criador. É esta a advertência do Evangelho: não é Deus quem tem um problema para resolver, mas sim nós. A descabida presunção do homem de se achar o centro do universo está em total desacordo com a revelação bíblica: nós não somos centro de coisa alguma. A Bíblia, de capa a capa nos revela Deus, e compete a cada um de nós tomar a sua decisão: aceitar ou rejeitar o plano de Deus. Homens sujeitos às mesmas dificuldades e fraquezas que marcam as nossas vidas registraram sua presença na mais importante história escrita da existência humana, a Bíblia, onde 3500 pessoas diferentes são referenciadas em longos relatos ou simplesmente mencionadas em um único versículo. O que vamos demonstrar aqui é a completa e perfeita harmonia cronológica desta história. O relato que se inicia não se refere apenas às pessoas que compreenderam a vontade de Deus, mas, todas elas, sem exceção, fizeram parte da grande história que culminou com a encarnação de Deus entre nós, “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos, aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.” (Cl 1:26-27)

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