quinta-feira, 14 de maio de 2020

'E agora, José?'


"E agora, José?"
A história bíblica de José no Egito, narra como ele proveu o país durante os anos de fartura, para suprir as necessidades do povo nos anos de 'vacas magras'.
As instituições religiosas, viveram até o início de 2020, o período de 'vacas gordas'. Houve crescimento vertiginoso e enriquecimento destas organizações.
Ao iniciar essa nova realidade de diminuição de recursos (ainda não é a escassez), inclusive com templos fechados, o que agrava a situação, tem-se visto uma investida quase desesperada de alguns líderes dessas organizações, para manter as arrecadações!
O problema patente é que não se prepararam ao longo dos anos de fartura, assim, os "celeiros" institucionais estão vazios. Agora vai ser a vez do povo, literalmente faminto, bater à porta dos "faraós", porém, quase nenhum deles se assessorou com um José!
O Livro: SOCIABILIZAÇÃO da Economia Eclesiástica, trata de forma acadêmica e pelo prisma da administração, sobre esse sensível e pouco discutido assunto.

A comparação pode ser equivocada. Não somente pelas diferentes épocas e sociedades que são distintas. As realidades econômicas, também muito se diferenciam.
Um detalhe importante me salta aos olhos! Qual seja:
Em Atos, a 'Sociabilização' era exercida pelos indivíduos e não pela instituição. Já na Atual, os indivíduos, transferiram suas responsabilidades fraternas e sociais, para a instituição, uma vez que esta passou a 'concentrar' a economia e gerir os recursos. Assim, o indivíduo que contribui com os dízimos e ofertas, sentem-se 'livre'... Por outro lado, a instituição que arrecada e geri os recursos, entende (equivocada ou maliciosamente) que ainda é atribuição do indivíduo 'amar ao próximo' e suprimir suas necessidades, enquanto que ela (instituição) promove 'investimentos' para o próprio crescimento.
A crise econômica que está a afetar o mundo, não poupando as instituições religiosas, desnuda uma realidade cruel. Os contribuintes de ontem, são os necessitados de hoje e dependentes desse 'amor ao próximo'. Também faz doer a consciência dos que se opunham as contribuições eclesiástica e agora são delas dependentes.