sexta-feira, 29 de junho de 2012

UM ABORTO MAU SUCEDIDO

Tenho acompanhado estarrecido, a quantidade de abortos veiculados nos meios de comunicação. Narro a seguir um fato acontecido na MINHA FAMÍLIA. Se faz importante primeiro eu ambienta-los na cana do fato. Teresópolis é uma bela cidade que fica na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Encravada entre as montanhas a mais de 900 (novecentos) metros acima do nível do mar. A temperatura média é de 17º (dezessete graus). Num lugarejo da Serra dos Órgãos chamado "Garrafão", morava a família de Seu Manoel "Candinho" e Dona Honorina, mais conhecida pela alcunha de "Dona Chiquinha". A casa era simples com paredes de pedra e chão "batido" e cercada de muitas plantas naturais da região, como os Lírios. A família já tinha 5 filhos e esperava a chegada do 6º. Era inverno, já na segunda quinzena do mês de junho. Neste local a temperatura nesta época chega facilmente aos 0º (zero graus). O ano era 1932, dia 17 de junho, Dona Chiquinha entra em trabalho de parto. Longe de qualquer assistência médica possível e com complicações na posição do feto, os familiares buscam socorro em uma EXPERIENTE PARTEIRA, que solícita vem de pronto atender. Enquanto Dona Chiquinha agonizada contorcendo-se em dores, sendo "confortada" pela parteira, uma assistente aquecia água no fogão a lenha para realizar o complicado parto. Sobre o fogão uma janela que mostrava uma bela paisagem de um campo de Lírios nos fundos da casa, a cerca de 50 m (cinquenta metros). Finalmente a experiente parteira com sua habilidade faz sair o Bebê, um menino. Por instantes Dona Chiquinha cala seus gemidos e com olhar enigmático e indagante fixa-se na parteira. Esta faz o que é de praxe na sua atividade, ao receber o bebê, segura-o pelas pernas, de ponta à cabeça e dá-lhe a "PALMADINHA" que provoca o choro do bebê forçando este a abrir os pulmões e a partir daí ser reconhecido como um NOVO SER HUMANO VIVENTE. O bebê NÃO chorou. A parteira faz uma segunda e terceira tentativa, mas o bebê não reage, não chora. Ainda com o cordão umbilical, o feto é repassado a uma assistente que "se livrará" do feto, enquanto a parteira consola Dona Chiquinha. Isso pode nos parecer perturbador e absurdo, mas naquela época e no remoto lugar onde viviam, não se tinha outra alternativa. Então a assistente caminha para os fundos do terreno onde havia um campo de Lírios, carregando o feto e LITERALMENTE JOGA FORA o feto. Mais tarde, quando chegasse o Pai, Seu Candinho, enterrariam em uma cova rasa. A prioridade agora era cuidar da Dona Chiquinha. Algumas horas depois, alguém foi até o fogão de lenha para se "aquentar" do frio daquela TRISTE tarde. Ao olhar pela janela observou que havia uma movimentação nos Lírios e alardeou a os presentes: "correm a acudam porque os cachorros estão à comer (o feto) que foi jogado". Num gesto de cidadania e respeito pela dignidade humana, correram ao loca para resgatar o feto. Ainda sem ver o que acontecia, ouviam "grunidos" que atestavam a presensa de algum animal. Ao chegarem NÃO tinha nenhum cachorro perto, era o BEBÊ que se debatia e com suas pernas agitava os Lírios e o "grunido" era o choro tardio daquele Bebê reclamando do intenso frio. INACREDITAVELMENTE aquele Bebê, desnudo, faminto, ainda sujo do parto, sobrevivera por horas numa baixíssima temperatura. Recolhido a casa recebeu o aquecido colo da mãe e o primeiro alimento. Talvez pela bravura ele recebera para batismo o mesmo nome de seu pai: MANOEL JOSÉ DE SOUSA. Esse ABORTO MAU SUCEDIDO, teve uma infância sadia, casou-se aos aos 26 anos, procriou 7 filhos, sendo o do meio esse que faz este relato: JESSE DE JESUS SOUSA. Hoje (junho de 2012) o Manoel, meu pai tem 80 (oitenta) anos de idade, grande vigor físico e é UM GRANDE INSTRUMENTO de Deus na difusão do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

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